Foto: Cláudia Martins |
O vereador Paulo Frange (PTB) subiu à tribuna da Câmara
Municipal nesta terça-feira, dia 18/junho/2013, para dar uma boa notícia para
São Paulo . Na realidade trata-se de um “aperfeiçoamento de normas de
contabilidade pública”, como explicou, mas o dispositivo foi inserido na Medida
Provisória (MP) n.º 618, do dia 05 de junho e, permite às prefeituras excluir
do cálculo da receita líquida os recursos obtidos com operações urbanas – cujos
termos foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo, de 15/junho/2013. Ou seja,
São Paulo paga para o governo federal 13% da sua Receita Líquida Real, conforme
definição da Lei de Responsabilidade Fiscal. Isso representa quase 3 bilhões
por ano !
A MP 618, ao permitir que as prefeituras excluam do cálculo das
receitas líquidas reais correntes os recursos obtidos com a emissão de
autorizações para construir - com a justificativa de que eles não têm a mesma
natureza de impostos ou taxas - ela trás uma consequência sobre as finanças
municipais que vai muito além da simples redução contábil da arrecadação.
Neste ano, a Prefeitura paulistana não emitiu nenhum papel
ligado à autorização para construir, ou seja, nem na forma de Outorga Onerosa e
tampouco de CEPAC. O que existe é cerca de R$ 5 bilhões em autorizações
concedidas no passado, das Operações Urbanas Faria Lima, Água Branca, Centro,
Água Espraiada e, pela nova regra, fica incluído todos os títulos já emitidos.
Com a aprovação da nova Operação Urbana Água Branca, com
potencial de venda de 2 bilhões de reais em CEPAC, nenhum centavo irá mais para
pagamento de serviços da dívida de São Paulo. Isso aumenta nossa esperança !
A dívida do Município de São Paulo com o Tesouro Nacional supera
R$53 bilhões. Ela é corrigida pelo Índice Geral de Preços ( IGP-DI) e calculado
pela Fundação Getúlio Vargas, acrescida de juros de 9% ao ano. Assim, deixando
de contabilizar esses recursos como correntes, a Prefeitura de São Paulo poderá
economizar até R$ 650 milhões nas prestações que tem de recolher ao Tesouro..
Cabe agora a nossa manifestação política, no sentido de buscar
em todos os partidos que compõe o Legislativo municipal, de apoio ou oposição
ao governo Haddad , para que mobilizem seus Deputados na aprovação da MP 618,
que além de reduzir o endividamento de S. Paulo, vai reduzir o valor das
futuras parcelas até que haja o futuro repactuamento da dívida Cidade com o
Governo Federal.
Na verdade, não se trata de erro no pagamento das parcelas da
dívida de S. Paulo, mas trata-se de uma redefinição que atualiza a Lei de
Responsabilidade Fiscal, quanto ao conceito de potencial construtivo,
excluindo-o do rol daquele que compõem a Receita Liquida Real, como IPTU, ISS,
multas, e outras taxas etc.
O vereador Paulo Frange afirma que, há alguns anos, questionou esse
assunto, mas não foi ouvido, até porque o chamado Alinhamento Federativo não
existia, e a aproximação com o Governo Federal com a cidade de São Paulo
acontece pela primeira vez desde o seu primeiro mandato.
“Trata-se de um gol bonito, técnico e no prolongamento do
segundo tempo!” Afirma Frange. Afinal, 650 milhões de reais faz falta, e agora
será naturalmente transformado em novos investimentos.
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