terça-feira, 23 de agosto de 2011

VEREADOR DISCURSA SOBRE NECESSIDADES DO HOSPITAL SANTA MARCELINA

Hoje, dia 23/08, em plenário o vereador PAULO FRANGE discursou sobre o momento delicado que passa o Hospital Santa Marcelina. Veja abaixo:

O momento é oportuno para a abordagem no que tange ao atendimento médico-hospitalar, em especial na região Leste de São Paulo, por causa da situação que vem sendo noticiada o Hospital Santa Marcelina.


É importante deixar bem claro que em nenhum momento as Marcelinas faltaram com a sua responsabilidade e missão com a cidade de São Paulo. Em nenhum momento também o Hospital Santa Marcelina de Itaquera foi ou é organização social de saúde. É um convênio com o SUS, diferentemente do que ocorre com o Hospital do Itaim e Cidade Tiradentes.

É um hospital de propriedade das irmãs há 50 anos, fundado por elas mesmas e que carrega todo atendimento de complexidade da zona Leste. Por isso, tanta gente confunde o Hospital das Clínicas de São Paulo, na zona Oeste, com o da zona Leste, que é o Hospital Santa Marcelina. Não se trata de um hospital comum. Ele tem tomografia, ressonância, hemodiálise, transplante renal e cirurgia cardíaca, enfim, é de alto custo, um hospital terciário. E nós temos de trabalhar no sentido de fazer a gestão do atendimento da zona Leste, de forma integrada e hierarquizada.

Senhores Vereadores, não podemos encaminhar para a porta do Hospital Santa Marcelina de Itaquera os casos comuns, porque, hoje, a alta complexidade da região é toda atendida ali. E quando verificamos a receita das Marcelinas, vemos que praticamente o que é recebido do SUS paga apenas a folha de pagamento dos funcionários. A diferença fica sem contrapartida do Governo. É diferente do Hospital da Cidade Tiradentes, onde a complexidade é outra, com um custo menor. Não tem cirurgia cardíaca, por exemplo, aliás, hospital municipal não deveria ter atendimento de alta complexidade e se dedicar aos casos de média complexidade. Nós temos de ter uma hierarquia no sistema de atendimento do Sistema Único de Saúde, em especial na Zona Leste de São Paulo.

Agora é hora de ajudar as Marcelinas. Fizemos uma proposta aqui no ano passado e existe uma emenda de R$ 1,4 milhão, com projeto feito, tudo certinho, pronto para ser iniciada a construção de uma AMA dentro do terreno das irmãs, que se comunicará pelo hospital. Essa AMA, com certeza, aliviará muito o atendimento da porta das Marcelinas e, portanto, o atendimento de pequena e média complexidade terá resolutividade ali mesmo, sem precisar adentrar ao hospital. Isso está no Município e SMS, é de nossa responsabilidade, está no orçamento, aprovado, tem dinheiro, projeto, o Governo também quer, mas a obra ainda não iniciou. Parece até que obra em São Paulo só pode começar quando se iniciam as chuvas. Aí, para tudo e culpamos as chuvas.

O Governo do Estado também tem que ajudar. Como ele pode ajudar? Nós não podemos ficar sem aquele centro de referência, hoje, na zona Leste. Ele pode ajudar dando uma mãozinha às irmãs, readequando e ampliando o Pronto Socorro, porque é importante para a Zona Leste e, portanto, para o Estado. Vejam a beleza do Hospital Mandaqui, na Zona Norte, um hospital próprio do Estado que recebeu muito investimento. Aliás, quem não tem visitado hospital, visite o Hospital Mandaqui para ver em que nível e em que qualidade ficou aquele hospital depois do trabalho feito na gestão do Governador José Serra e do Sr. Geraldo Alckmin. Que maravilha ficou! Está bem estruturado. A diferença é ter investimento.

Aqui é uma questão de dar uma mãozinha. Quem mais tem responsabilidade com as Marcelinas daquela região? O Governo Federal e o Sistema Único de Saúde. O que paga não paga a complexidade que está instalada hoje em Itaquera. Quando pagamos um hospital como das Marcelinas, que é referência e de alta complexidade, pagamos a mesma tabela que se paga a um hospital do Nordeste, onde os custos são extraordinariamente menores. Nós temos de tratar os diferentes de forma diferente sim.

Nós temos que colocar o que existia antes, um indexador de valorização da atividade para pagar mais aqueles que são referência hospitalar. Quando falamos do Hospital Santa Marcelina, falamos de um hospital que tem aproximadamente 70 leitos. Não é um hospital pequeno e essa conta é muito grande.

Portanto, se não adequarmos as tabelas de pagamento do SUS e não investirmos na hierarquização do Sistema, bem como integração do Município, Estado e União, para que juntos possam tratar de forma diferenciada, vamos acabar perdendo novos parceiros.

Esse é um momento muito importante, para que todas as esferas, todos os níveis de Governo trabalhem juntos. Quem sabe, a Câmara também possa colaborar com isso, pois todos nós aqui temos o nosso espaço de relacionamento com todas as esferas de Governo e também com as Irmãs Marcelinas.

Muito obrigado.


Nenhum comentário :