terça-feira, 19 de maio de 2009

CPI Danos Ambientais discute a contaminação do subsolo do Campo de Marte e de Congonhas

Nesta terça-feira, dia 19, a Comissão que investiga os Danos Ambientais no município de São Paulo discutiu sobre a possível contaminação das áreas do Campo de Marte e de Congonhas.

As denúncias revelam que, nas áreas citadas existe um produto altamente tóxico para o ser humano e poluidor ao meio ambiente, conhecido por percloroetileno, muito utilizado como solvente desengraxante de peças, na lavagem de roupas e limpeza de estofamentos a seco. Contaminado, os sintomas são: enjôos, fadiga, dores de cabeça, perda da consciência, podendo causar até mesmo um câncer.


O percloroetileno é utilizado por empresas aéreas na limpeza das poltronas das aeronaves e pelas oficinas de manutenção dos aviões. Para explicar a utilização e os cuidados na armazenam do produtos, a CPI recebeu o procurador-chefe da Regional Sul da Infraero, Fábio Luis de Araujo Rodrigues; o superintendente do Aeroporto Campo de Marte, Alex Barroso Júnior, e o gerente de operações do Aeroporto de Congonhas, de Douglas Alves da Costa.

“Hoje foi positiva a análise feita pelos representantes da Infraero. As informações foram precisas. Nós queríamos saber qual é o destino dado aos resíduos desse produto contaminante tão perigoso à saúde no Aeroporto Campo de Marte, e fomos informados que a Infraero já havia encaminhado aos concessionários dos hangares do Campo de Marte pedido de informação se eles estavam utilizando o produto. Os concessionários responderam que não”, destacou o vereador e médico Paulo Frange (PTB).

Ainda assim, PAULO FRANGE questinou a informação dada pelos concessionários. “Trata-se apenas de uma declaração. Nós ainda não temos segurança nessa informação dos concessionários, pois é quase impossível se trabalhar sem utilizar esses produtos em limpeza a seco de aeronaves”, reagiu. Os integrantes da CPI solicitaram que os técnicos da Infraero façam a mesma pergunta aos concessionários que atuam no Aeroporto de Congonhas.

“O percloroetileno é um produto de alta densidade e, por isso, penetra subsolo e contamina rapidamente o lençol freático. A contaminação das pessoas pode ocorrer quando elas respiram ar ou ingerem água ou alimento atingido pela substância que escapa das máquinas de lavagem na forma de gás”, explica PAULO FRANGE.

Com o objetivo de reduzir a contaminação, a ANVISA baixou a Resolução – RDC nº 161, de 23 de junho de 2004, proibindo a instalação de novas máquinas que não tenha sistema de absorção de gases capaz de esgotar o resíduo de percloroetileno do tambor de lavagem.

As máquinas antigas de lavagem a seco devem ser adaptadas, acrescentando bandeja de recolhimento do produto, capaz de coletar todo o volume de solvente armazenado nos tanques.

ALTAMENTE RELEVANTE!

Outra preocupação dos vereadores é o descarte dos produtos. Dos 22 hangares do Campo de Marte, 14 estão de frente para a Avenida Olavo Fontoura, desses, 12 possuem coleta de esgoto tratado pela Sabesp, sendo que seis tem coleta com tanque específico para tratamento de seus resíduos. “Os detritos dos outros 10 são destinados a fossas e há uma investigação em curso que descarte dos produtos de limpeza das aeronaves e das peças está sendo feito em galerias pluviais e no córrego Tenente Rocha que deságua no Rio Tietê”, afirma PAULO FRANGE.

O superintendente do Aeroporto Campo de Marte informou que no dia 23 de abril técnicos da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, acompanhados por colegas da Cetesb e da Sabesp, estiveram vistoriando os hangares e que Infraero ofereceu todos os mapas do solo e por onde caminha a rede pluvial e de esgoto. “Não há necessidade de se questionar mais os concessionários quem utiliza ou não a rede de esgoto, a Infraero está concluindo estudo para instalação de nova rede de esgoto”, disse Barroso Júnior.

Com relação a possível contaminação do subsolo por percloroetileno, o representante da Infraero informou que vai relatar o fato a administração da empresa e a Superintendência de Meio Ambiente da Infraero que vão verificar a melhor linha de trabalho com relação ao problema.


CONGONHAS - UM PROBLEMA ANTIGO!


O Aeroporto de Congonhas tem problemas de meio ambiente e foi multado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente em R$ 10 milhões. "Nós questionamos que o Município não tem interesse de multar e receber esse dinheiro. O processo é mais pedagógico. Há em curso um Termo de Ajuste de Conduta, onde a multa seria reduzida para R$ 1 milhão, que iria para o Fundo de Meio Ambiente, e o restante seria destinado ao plantio de árvores no entorno do aeroporto e arborização dos parques da região", destacou PAULO FRANGE.
Crédito de Imagem: RenattodSousa

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