terça-feira, 13 de janeiro de 2009

TRANSFUSÕES DE SANGUE - RISCO OU SALVAÇÃO?

Não basta apenas fazer um amplo programa de divulgação para doação de sangue, é preciso que essas coletas sejam monitoradas até o último momento, que é quando o doente recebe esse sangue e apresenta melhora ou possíveis "complicações" no seu quadro clínico. Deixar de notificar as ocorrências após o recebimento desse sangue é um ato irresponsável e desumano. A partir do momento que consideramos o sangue a "essência da vida" este tipo de situação torna-se lamentável no dias de hoje. Em pleno século XXI é terrível acompanhar notícias como essa que saiu hoje, dia 13 de janeiro, no jornal O Estado de São Paulo: "ANVISA: 80% DAS REAÇÕES A TRANSFUSÕES NO PAÍS NÃO SÃO NOTIFICADAS".

"O registro de reações permitiria medidas de correção e prevenção. O documento, lançado no fim do ano passado, informa que, em 2007, 3 milhões de transfusões ocorreram no país, segundo estimativas feitas pela Anvisa, mas apenas 1.792 reações a elas foram informadas à agência.

No entanto, segundo cálculos do órgão de vigilância, eram esperadas 8.908 reações, o que significa uma subnotificação de 80% no país - ainda pior nas Regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Nesta última, a subnotificação chegou a 98,7%. A conta do número de reações esperadas é feita com base em literatura científica, que aponta 3 reações para cada 1.000 transfusões realizadas.

Algumas das reações à transfusão de sangue, como febre, alergias e até lesões pulmonares são, em geral, relacionadas a uma resposta do sistema imunológico do paciente à entrada do sangue doado no organismo. No entanto, também as contaminações bacterianas ou a transmissão de doenças infecciosas após transfusões são consideradas reações, além das mortes.

Em 2007, a maioria das reações registradas foram leves ou moderadas, principalmente febre e alergia. Foram notificados 3 casos de pessoas que contraíram malária (doença infecciosa) em transfusões. Duas outras morreram por receber o tipo sanguíneo errado."Só conhecendo a realidade é que poderemos prevenir os problemas", afirma Geni de Almeida, responsável pela Unidade de Bio e Hemovigilância da Anvisa."

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