terça-feira, 24 de novembro de 2009

CPI DE DANOS AMBIENTAIS CONSTATA FALTA DE CUIDADO COM TRABALHADORES CONTAMINADOS

Hoje, dia 24, em reunião ordinária, a CPI de Danos Ambientais tratou de um tema bastante delicado e sério. Foi constatado que a empresa Sylvania do Brasil Iluminação LTDA não está dando atendimento à ex-trabalhadores contaminados por mercúrio. São cerca de 650 ex-funcionário que apresentam lesões. Cerca de 25 deles estão sendo atendidos pelo Hospital das Clínicas.

O mercúrio metálico é usado em centenas de aplicações, como em bulbos de lâmpadas florescentes e lâmpadas de mercúrio. A exposição, inalação e manipulação desse metal podem causar contaminação à saúde das pessoas. Os sintomas observados são disfunções do sistema nervoso central, dormência em braços e pernas, visão nebulosa, letargia e irritabilidade e afetar a memória.

“O mercúrio que estava circulando pelo organismo vai se depositar nos órgãos, principalmente no sistema nervoso central. E o efeito é uma síndrome. A mais freqüente é um distúrbio neuropsiquiátrico, com o indivíduo tendo perda de memória, nervosismo, ansiedade, alteração do sono e visuais”, disse a médica e professora do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), Marcília Medrado, aos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Danos Ambientais, nesta terça-feira (24/11), que, além dos 25 funcionários da Sylvania, trata de outros 200 pacientes, empregados de suas empresas fabricantes de lâmpadas, de termômetros e garimpeiros.

Marcília informou que esses pacientes são submetidos a exames de ressonância magnética, a testes neuropsicológicos e de campo visual.

Por achar que os representantes da Sylvania não tinham capacitação técnica para responde as perguntas dos vereadores ou para prestarem esclarecimentos a respeito do que a empresa está fazendo para tratar seus ex-trabalhadores, o vereador Ítalo Cardoso (PT) solicitou a dispensa dos representantes “para evitar a perda de tempo para todos”. E o vereador Juscelino Gadelha propôs recorrer a OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Antenas

As Estações de Rádio Base (ERBs), popularmente conhecidas como antenas de celular móvel, são maléficas ao organismo humano, muitas vezes, passam despercebidas pela população. Essas antenas emitem uma radiação não ionizante que, segundo estudos, pode causar diversos problemas para a saúde do indivíduo.

A radiação provoca um aquecimento nas células e, comprovadamente, interfere no uso do marca- passo, aquece próteses e tem efeito acumulativo no organismo. Sem mencionar os prováveis efeitos da exposição à radiação como câncer, catarata e dores de cabeça.
Milton Jaime de Souza, do Departamento de Controle de Qualidade Ambiental (Decont), informou à CPI que na cidade existem 3.538 antenas de Estações de Radio Bases. Desse total, 570 não tem laudo radiométrico.

Depois de confirmar que não existe uma fiscalização que verifique os milites de radiação das antenas e que os laudos são fornecidos pelas próprias operadoras, Souza disse que “com a lei que está em vigência não é uma coisa muito preocupante, pois a estação rádio base emite muito pouco com relação aos limites permitidos.”

O técnico do Decont, no entanto, destacou que “o que preocupa é a concentração de antenas, como na região da Avenida Paulista, que tem muitos hospitais. O Hospital Santa Catarina, por exemplo, tem sua sala de cirurgia e de diagnósticos blindadas em virtude da radiação”.

Souza informou ainda que a operadora Vesper foi multada nove vezes. Cada uma no valor de R$ 15 mil, por suas 118 estações que estão causando danos ambientais.

A Câmara Municipal de São Paulo já teve a CPI das Antenas, “no momento em que não havia uma legislação clara e a cidade era tratada de uma maneira selvagem por todos aqueles que exploram solo, subsolo e o espaço aéreo”, lembrou o vereador Paulo Frange (PTB).

O parlamentar informou que cópias do relatório final da CPI foram enviados à prefeita, as secretarias e ao o Ministério Público. “Mas até agora nenhuma das ações propostas foram executadas. Votamos uma lei na Câmara para tentar resolver o problema. Nada foi resolvido”, desabafou.

“Vou propor no relatório da CPI de Danos Ambientais a reapresentação do relatório da CPI das Antenas ao Ministério Público. Também vou propor no plenário da Câmara uma CPI para investigar o porque que tudo que foi aprovado na CPI das Antenas não foi levado adiante. Onde está a omissão? E porque ninguém atua contra essas empresas”, ressaltou Frange.

Crédito da Foto: Guto Garbelotto

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