quarta-feira, 30 de maio de 2012

As mulheres, a osteoporose e o Brasil de 2050

*Paulo Frange

Estudo cientifico realizado pela International Osteoporosis Foundation (IOF) revela que o número de fraturas no quadril em decorrência da osteoporose, doença que enfraquece os ossos, deve crescer 32% até 2050, no Brasil.

Esse crescimento se deve a velocidade de envelhecimento da população brasileira. No Brasil, o número de pessoas com mais de 70 anos aumentará 380% até 2050 e representará 14% da nossa populacão.

Atualmente, a osteoporose atinge três milhões de brasileiros. O tratamento preventivo e as orientações de dieta, exercícios, suplementação de cálcio e vitamina D, entre outras, não fazem parte de um programa, voltado a prevenir essa que será um problema de Saúde Pública de alto custo lá pelos anos 50 do século XXI. Isso tudo sem se esquecer de enfatizar a importância do sol no período matutino, como agente conversor da vitamina D inativa em virtude da D ativa.

A incidência entre as mulheres é maior, chegando a atingir uma em cada três com mais de 50 anos. É comum o enfraquecimento dos ossos, levando a fraturas graves e irreversíveis de quadril, vértebras, ombro, pélvis ou punho.

O estudo aponta para a falta de diagnóstico precoce no Brasil, o que torna cada vez mais importante exames regulares especialmente se há histórico familiar da doença na família.

Esses dados, não significa recomendar exame de densitometria a pessoas normais. Se o primeiro exame de densitometria não mostrou sinais da doença, poderíamos repetir o exame apenas após 15 anos, pois a chance de mudar é muito pequena.

Em pessoas com uma osteopenia moderada na densitometria, ela deve repetir o exame a cada cinco anos. A recomendação de repetir a cada ano seria apenas em quem apresenta uma osteopenia mais importante, ou osteoporose.

É importante lembrar que nem todas as pessoas que sofrem da doença precisam utilizar suplementação de cálcio, além da alimentação, assim como nem todos os pacientes com osteopenia precisa ser tratado. Deve ser dada mais atenção à reposição da vitamina D, e não do cálcio sozinho. Além disso, nenhum paciente precisa ser tratado com medicamento para a vida toda.

As fraturas são o componente de maior risco da doença, especialmente as de quadril. Cerca de 20% das mulheres que têm esse tipo de fratura morrem até um ano depois da queda, em decorrência de complicações.

Ainda, segundo o estudo, o fator psicológico também afeta os pacientes, pois eles perdem grande parte de sua autonomia. Pelo menos 55% das pessoas precisam de ajuda para tomar banho e 68% terão incontinência fecal e urinária.

Por fim, a pesuisa recomenda apoio à pesquisa, campanhas de prevenção, aumento da capacidade de formação dos médicos e formulação de políticas nacionais de saúde para reduzir essa expectativa.

Enquanto essa política não chega, nos resta como médicos, a oportunidade de falar, escrever e alertar as pessoas, em especial as comunidades de mulheres organizadas, associações de mães, clubes, igrejas e... sem esquecer das mulheres do nosso ambiente de trabalho e familiar.

Vamos fazer tudo isso e ...esperar 2050 !

*Paulo Frange é médico e Vereador de São Paulo pelo PTB.


Paulo Frange

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