segunda-feira, 1 de agosto de 2011

VEREADOR PAULO FRANGE FAZ CRÍTICA AO AGRONEGÓCIO


AGRONEGÓCIO : ENTRE A EFICIÊNCIA E A CONFUSÃO
O agronegócio no Brasil tem garantido resultados cada vez melhores à balança comercial. No primeiro semestre de 2011, apresentou um superávit de mais de 34 bilhões de dólares, superando em mais de 20 % o mesmo período de 2010.


O superávit da balança comercial nesse semestre é de 13 bilhões de dólares. Isso porque compensamos o saldo negativo das commodites não agrícolas e produtos semimanufaturados e manufaturados com saldo negativo de quase 22 bilhões de dólares.


A nossa responsabilidade aumenta a cada dia, e o país também fica cada vez mais dependente do sucesso das atividades do campo e da eficiência do agronegócio. É inquestionável a importância das exportações do complexo sucroalcooleiro, carnes e soja. Esses, com um grande peso no resultado final dessa equação, superior a 80% dos nossos resultados positivos, que se repetir no segundo semestre de 2011 nos levará a bater o recorde do ano anterior que foi de US$76,4 bilhões de dólares.


Em pleno século XXI, o campo insiste em mandar recados para o Governo Federal e os Governos Estaduais, se ressentindo da falta de uma política consistente e dirigida para o produtor rural, com financiamentos, investimento em infra-estrutura, facilitação da logística para escoamento das safras e produção, seguros e etc. Não vamos mergulhar aqui em carga tributária, cambio, e subsídios oferecidos aos produtores de outros países, para não tornar nossa atividade em trabalho mais heróico que eficiente. Não queremos homenagens nem medalhas pelos resultados que apresentamos até aqui. Só o reconhecimento e atenção com estratégia, planejamento e ação!


Além do já conhecido desperdício e perdas, grande parte do lucro da atividade do produtor rural, fica do lado de fora das porteiras das fazendas, e ainda temos dificuldades conceituais para entender agronegócio, agricultura familiar, pequeno e médio produtor, com enorme confusão entre a atividades rural e o meio ambiente, como se fossem de interesses antagônicos. Hoje, temos produtividade em expansão da produção agrícola, sem um aumento da área ocupada na mesma velocidade. Isso consolida nossa responsabilidade e eficiência na produção agrícola, e o respeito ao meio ambiente.


Tudo indica que não falta aos Governos vontade política. Talvez falte conhecimento e entendimento do Brasil Rural. Temos até dois Ministérios para tratar do mesmo assunto. De um lado, um Ministério da Agricultura pomposo, que parece ter foco para a agricultura empresarial. Do outro o Ministério do Desenvolvimento Agrário, mais focado para a agricultura familiar, e o pequeno agricultor. É como se a atividade não fosse integrada e não nos interagíssemos. Parece até que produzimos para patrões diferentes, que usamos estradas diferentes, portos e aeroportos também diferentes.


O Brasil tem que ter uma política madura e moderna para o setor. É hora de ouvir mais o campo e os especialistas. Fazer menos política com o homem do campo e lhe oferecer uma boa política, na certa é uma boa receita. Uma boa política, sem dicotomia, com legislação clara e compreensível, e sem ideologia. O resto vamos resolver com o pão e o suor de cada dia.


Agora, ainda temos o desafio de enfrentar o debate e consolidação do Código Florestal. Desafio maior será explicar detalhadamente e didaticamente ao homem do campo todas as suas letras, esmiuçando e tirando dúvidas. Separar esse produtor do bandido, do criminoso, do agressor e transgressor das leis e dos códigos de postura da sociedade brasileira. Vamos ter que investir muito em “instruir para não punir”! Não interessa ao país, multas ou presos. Interessa o convencimento, pela exaustiva arte de ensinar e persuadir. Fazer entender que vivemos do meio ambiente e no meio ambiente que nós mesmos construímos. É importante a sociedade brasileira se manifestar e fiscalizar. Participar! Sem participação, teremos apenas um Código bem escrito e, só. Todos perdem e o meio ambiente vai continuar sendo discurso, apenas retórica e assunto para intelectuais e críticos.


Temos que entender que existem mais de 1,5 milhão de pequenos agricultores que não conhecem o negócio. Produzem para si e para o seu sustento. Temos que torná-los empreendedores, integrá-los ao mercado e ao mundo rural eficaz, juntamente com mais de 1 milhão de famílias assentadas pela reforma agrária.


O desafio não é pequeno. Temos que correr contra o tempo. Desde JK (Presidente Juscelino Kubistchek), há quase 60 anos pensamos no Brasil Indústria, e nos esquecemos que somos um país rural há 500 anos. Temos pela frente um desafio maior, que será a responsabilidade de alimentar parte de um mundo com mais de 6 bilhões de pessoas. E mais... eles acreditam no Brasil!!


Fonte das Imagens: Agência T1, Mais agronegocio, Jornal Centro Norte Notícias;

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