segunda-feira, 5 de julho de 2010

ÍNDICE DE OBESIDADE INFANTIL AUMENTA NO PAÍS

Como médico posso assegurar que os problemas de obesidade são vistos com muita preocupação pelos profissionais da saúde. A cada ano, o número de pessoas obesas cresce em todo o mundo. O grande desafio é controlar este mal desde muito cedo, uma vez que já são consideráveis o aumento de crianças com excesso de peso.

A revista Veja da semana passada traz reportagem especial sobre a obesidade infantil, na qual revela dados impressionantes: crianças brasileiras estão ingerindo mais calorias do que o recomendado. Na faixa entre 2 e 5 anos de idade, cerca de 22% apresentam elevado índice de sobrepeso, sendo que 6% já são consideradas obesas por estarem 15% acima do peso ideal para a idade. Em somatória, pode-se concluir que 28% das crianças até 5 anos está com o peso elevado, fora dos padrões de hábitos alimentares saudáveis. Com isso, o Brasil acaba de ultrapassar os Estados Unidos (um dos paises com maior número de pessoas obesas) no que se refere a sobrepeso infantil. Lá, 10% das crianças está acima do peso ideal. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada sob a coordenação do pediatra e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Mauro Fisberg.

Os dados são, de fato, alarmantes e muito preocupantes. Há chances de uma criança acima do peso se tornar um adulto obeso. Ainda segundo a pesquisa, de cada 100 crianças com idade de 2 anos e que apresentam obesidade, cerca de quinze delas poderão lutar contra a balança ao longo da vida. Porém, aquelas que completaram 10 anos e estão obesas 80% fatalmente manterão esse padrão na fase adulta. Ou seja, dificilmente poderão adquirir um peso ideal para a estatura e estrutura desenvolvida entre a fase de criança, adolescência e adulto, bem como níveis de massa corpórea ideais.


Riscos

Doenças crônicas como diabetes, hipertensão e asma, associadas geralmente a obesidade e a idade do indivíduo, podem também atingir a saúde de jovens que não mantêm boa alimentação e que não praticam atividade física. Só para se ter uma idéia, uma criança obesa, já aos 7 anos de idade, pode ser mais propicia a desenvolver doenças cardíacas e acidente vascular cerebral na fase adulta, mesmo na ausência de outros fatores de risco cardiovasculares, como hipertensão arterial.

Por isso, devem-se orientar as crianças sobre a importância de consumir alimentos que beneficiem a saúde e a praticar alguma atividade física, evitando que elas cresçam sedentárias. Jogar bola, frequentar natação, aulas de dança, enfim, esportes que, acima de tudo, ofereça entretenimento e disciplina. O objetivo é sempre ensiná-las a adquirir hábitos de vida saudáveis.


É hora de mudar!

Considerando tudo o que está sendo mostrado aqui e veiculado nos meios de comunicação, a questão da obesidade infantil é, sem dúvida, um problema de caráter social. É de extrema importância construir uma educação alimentar ainda na fase de criança. Os pais, por sua vez, devem procurar usar o bom senso na hora de selecionar os alimentos a serem ingeridos pelos seus filhos, e deixar de lado a equivocada idéia de que “criança saudável é criança gordinha e que como bem e de tudo”. Frituras, salgadinhos, chocolates, sanduíches gordurosos, bolachas recheadas... Todas estas guloseimas podem perfeitamente ser substituída por frutas, iogurtes com baixo nível de gorduras e legumes, sendo incluso no cardápio alimentos com base em nutrientes, tais como fibras, vitamina D, cálcio, vitamina E, tão importantes para um crescimento saudável e qualidade de vida. Em contrapartida, é imprescindível evitar o consumo de sódio (sal de cozinha), presentes em queijos, frituras, alimentos industrializados que apresentam muitos conservantes, geralmente prontos e congelados e salgadinhos.

De acordo com especialistas em nutrição infantil, o recomendado é que as crianças façam cinco refeições por dia (café, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar). A quantidade de comida deve ser observada com cautela, para que a criança coma de maneira controlada e sem exageros. É fundamental também que as crianças já adquiram o costume de alimentar-se em casa, evitando assim consumir alimentos com preparo rápido, o famoso e adorado de fast-food, com lanches gordurosos e extremamente calóricos. Certamente a melhor forma de evitar o aumento de crianças acima do peso e futuros adultos com a saúde comprometida é a reeducação alimentar e, principalmente, consciência e bom senso dos pais. Pensem nisso!


Fontes: Revista Veja de 30 de junho de 2010
Jornal Metrô de 1º de julho
Sites: www.obesidadeinfantil.org, www.minhavida.com.br, www.ecodebate.com.br

Foto: www.clubeficaz.com.br

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