quinta-feira, 2 de julho de 2009

REVISÃO DO PLANO DIRETOR

Até 2012, São Paulo suportará mais 1500 prédios. A notícia nos jornais de hoje traz uma grande preocupação para os legisladores. É preciso muita responsabilidade em discutir, detalhar e votar PLANO DIRETOR E SUAS REVISÕES.

A melhor receita, ainda, é ouvir a sociedade em audiências públicas que, infelizmente, tem se transformado em agressões pessoais, provocações e exemplo a não ser seguido por aqueles que sonham com a cidade do futuro. Está faltando nessa discussão, o mais importante: propostas, sugestões e a participação com o interesse em mudar a cidade. A busca por um ambiente sustentável, mais humano e com convivência harmônica entre todos os interesses e tendências. O FOCO NÃO PODE MUDAR! Temos que discutir e revisar a nossa São Paulo até à exaustão. Sem finais de semanas livres, sem feriados e sem férias.

Mas, apesar do sonho que temos, está incomodando muito, a ausência de um segmento da maior importância para que possa usufruir de tudo o que estamos plantando. O JOVEM!! Onde estão?? Porque não participam conosco dessa ousada tentativa de melhorar nossas vidas em São Paulo??

Na mesa dos trabalhos, nas audiências públicas da Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal, sinto falta dos nossos jovens. Vejo os cabelos grisalhos, os rostos já cansados com o tempo, com as desilusões, com a experiência acumulada, mas os olhos, esses... não mentem. A esperança chega a ser sentida no olhar, nos movimentos da ansiedade das mãos que esfregam umas sobre as outras, e a atenção permanente a cada fala de cada um dos oradores. O balançar das cabeças, concordando ou discordando é a mais silenciosa manifestação da cidadania daqueles que estão por ali, com certeza atentos, mas sonhando conosco, com uma cidade do futuro. A cidade dos filhos e netos. Uma atitude de carinho, de amor, e talvez, só pelo prazer de exercer a tal cidadania, impressão digital da democracia.

"Moema comporta mais 130 prédios", mostra a notícia. Mas, não diz que a falta do zoneamento que foi vetada no plano anterior é a causa desse "esquecimento" do setor imobiliário, sempre atento ao mercado do lucro!!! Do outro lado, a Mooca foi também deixada de lado. Para aquela região, apenas 140 prédios. As ZEIS que não foram implementadas são as responsáveis por essa ausência de habitações. Sobram galpões,tombamentos e descaso do poder público.

As linhas do Metrô avançam e os bairros vão consumir seu "estoque de potencial construtivo" na mesma velocidade, vendendo empreendimentos residenciais e comerciais na mesma velocidade. Vendendo o investimento público em acessibilidade. A mobilidade urbana hoje é assunto do momento . Se você não fala, não discute e não debate, "está por fora não é da hora" e até "alienado". Tema moderno. Como é também, chique, muito chique falar em "crédito de carbono", "efeito estufa" e, "desenvolvimento sustentável".

Bom, mais uma vez vamos debater com otimismo o PLANO DIRETOR. Buscar fazer justiça com todos os centímetros quadrados de São Paulo. Rever a situação da tabela, fruto do estudo encomendado pela Prefeitura, aproximando as pontas, de Moema em primeiro lugar, e Brasilândia em último. ÚLTIMO, sim senhor. Octogésimo sétimo. Mais uma vez, nossa querida e esquecida Brasilândia. Hoje com "estoque" suficiente para erguer um único prédio. Pouco mais de 3000 metros.´

É hora de fazer JUSTIÇA! Momento de ter responsabilidade. Deixar em casa o ódio, a vaidade, e as cores partidárias.

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