Depois de 2 meses de insistentes manifestações em plenário sobre o orçamento de São Paulo, só agora em início de dezembro que “acordaram para o fato”.
Em todas as audiências públicas desde início de outubro e em todas as manifestações de plenário, venho insistindo que o orçamento foi calculado com crescimento do PIB em 2009 de 3,7%, avaliação feita pelo Banco Central, em 19 de setembro de 2008.
Com a globalização da crise, mesmo com os mecanismos de “blindagem” que o Governo Federal tenta impor, até os mais otimistas entendem que será um desafio crescer nesse nível em 2009. Assim é que, em 3 de outubro a perspectiva já sinalizava para crescimento de 3,5%, e em 31 de outubro para 3,0%.
Esse cenário se manteve ao longo de novembro com as medidas do Governo Federal que injetou centenas de bilhões no mercado buscando amenizar o impacto no último trimestre do ano.
É certo que houve sinais de equilíbrio, mas os analistas continuam pessimistas e anunciam um crescimento de 2,8% em 28 de novembro deste ano.
A receita de São Paulo é imposta por 22% de ISS, ou seja, serviços e 19% da cota parte do ICMS. Sem levar em conta inadimplência de IPVA e IPTU que respondem por 6% e 11% respectivamente, que certamente ocorrerá um orçamento inferior àquele proposto pelo Governo que foi de R$ 29,2 bilhões numa composição “eufórica”.
É a contaminação do processo político na equipe técnica que elabora o orçamento. Higienizando esses técnicos e os tratando da “euforia contagiante”, eles passam a perceber que o crescimento proposto no orçamento de 16,5% não deverá ultrapassar os minguados 7,5% ou, entre os grandes otimistas 8%.
Pasmem, por mais de 30 vezes discursei na CMSP sobre o mesmo assunto e ninguém ouviu. Fiz o mesmo questionamento em todas as audiências públicas que participei. Todos, insistentemente tiveram paroxismo de surdez. É como se um filtro tivesse alojado dentro do ouvido médio e não deixasse passar frases oriundas de um médico que se atreve estudar e entender economia.
Até parece que isso é proibido aos médicos. Esquecem que por exercer ao longo de 30 anos, a medicina, sou especialista em uma ciência inexata e que caminha do diagnóstico ao tratamento no complicado mundo das estatísticas e das probabilidades de acertos e de relação custo-benefício de cada procedimento quer seja clínico ou cirúrgico.
Também é importante lembrar que, como médico temos como primeira formação a busca do diagnóstico. Podemos até não saber tratar todos os casos, mas com humildade podemos encaminhar para quem sabe tratar com competência. O que espanta é que o diagnóstico estava tão claro que não haveria necessidade de ser médico para diagnosticá-lo. Poderia ser, por exemplo, um curioso, um curandeiro e até qualquer um dos 200 milhões de brasileiros que conhecem, discutem e sabem quase tudo de futebol e também de economia. Esses brasileiros já sentem em casa e nas famílias o desemprego rondando seus lares, a crise batendo a sua porta, uma nuvem escura no horizonte, que dessa vez vem do norte (EUA), mas que traz consigo os estragos da tempestade. Parece que enfrentamos frentes frias e nuvens argentinas.
Pois é, esse meu papo tem tom de desabafo, mas o que me intriga é que a miopia vem se tornando freqüente entre os homens perfilados no poder público.
Hoje, 03 de dezembro, pela manhã uma notícia de um jornal dizia “Em 2009 o Brasil deverá crescer 4%”, afirma Mantega.
Meu Deus! Ainda não contaram para ele o que está acontecendo aqui no mundo dos pobres mortais que dependem de salário, que vem do emprego, que vem da economia, que depende do campo, da industria, do comércio e também de Papai Noel.
Em todas as audiências públicas desde início de outubro e em todas as manifestações de plenário, venho insistindo que o orçamento foi calculado com crescimento do PIB em 2009 de 3,7%, avaliação feita pelo Banco Central, em 19 de setembro de 2008.
Com a globalização da crise, mesmo com os mecanismos de “blindagem” que o Governo Federal tenta impor, até os mais otimistas entendem que será um desafio crescer nesse nível em 2009. Assim é que, em 3 de outubro a perspectiva já sinalizava para crescimento de 3,5%, e em 31 de outubro para 3,0%.
Esse cenário se manteve ao longo de novembro com as medidas do Governo Federal que injetou centenas de bilhões no mercado buscando amenizar o impacto no último trimestre do ano.
É certo que houve sinais de equilíbrio, mas os analistas continuam pessimistas e anunciam um crescimento de 2,8% em 28 de novembro deste ano.
A receita de São Paulo é imposta por 22% de ISS, ou seja, serviços e 19% da cota parte do ICMS. Sem levar em conta inadimplência de IPVA e IPTU que respondem por 6% e 11% respectivamente, que certamente ocorrerá um orçamento inferior àquele proposto pelo Governo que foi de R$ 29,2 bilhões numa composição “eufórica”.
É a contaminação do processo político na equipe técnica que elabora o orçamento. Higienizando esses técnicos e os tratando da “euforia contagiante”, eles passam a perceber que o crescimento proposto no orçamento de 16,5% não deverá ultrapassar os minguados 7,5% ou, entre os grandes otimistas 8%.
Pasmem, por mais de 30 vezes discursei na CMSP sobre o mesmo assunto e ninguém ouviu. Fiz o mesmo questionamento em todas as audiências públicas que participei. Todos, insistentemente tiveram paroxismo de surdez. É como se um filtro tivesse alojado dentro do ouvido médio e não deixasse passar frases oriundas de um médico que se atreve estudar e entender economia.
Até parece que isso é proibido aos médicos. Esquecem que por exercer ao longo de 30 anos, a medicina, sou especialista em uma ciência inexata e que caminha do diagnóstico ao tratamento no complicado mundo das estatísticas e das probabilidades de acertos e de relação custo-benefício de cada procedimento quer seja clínico ou cirúrgico.
Também é importante lembrar que, como médico temos como primeira formação a busca do diagnóstico. Podemos até não saber tratar todos os casos, mas com humildade podemos encaminhar para quem sabe tratar com competência. O que espanta é que o diagnóstico estava tão claro que não haveria necessidade de ser médico para diagnosticá-lo. Poderia ser, por exemplo, um curioso, um curandeiro e até qualquer um dos 200 milhões de brasileiros que conhecem, discutem e sabem quase tudo de futebol e também de economia. Esses brasileiros já sentem em casa e nas famílias o desemprego rondando seus lares, a crise batendo a sua porta, uma nuvem escura no horizonte, que dessa vez vem do norte (EUA), mas que traz consigo os estragos da tempestade. Parece que enfrentamos frentes frias e nuvens argentinas.
Pois é, esse meu papo tem tom de desabafo, mas o que me intriga é que a miopia vem se tornando freqüente entre os homens perfilados no poder público.
Hoje, 03 de dezembro, pela manhã uma notícia de um jornal dizia “Em 2009 o Brasil deverá crescer 4%”, afirma Mantega.
Meu Deus! Ainda não contaram para ele o que está acontecendo aqui no mundo dos pobres mortais que dependem de salário, que vem do emprego, que vem da economia, que depende do campo, da industria, do comércio e também de Papai Noel.
Resta então, esperar o pior, como afirma a imprensa americana. Que o senhor possa olhar por nós!
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